Aparentemente, o fato de observar jovens brancos, negros ou asiáticos reunidos em grupos diferentes se deve mais a uma questão étnica do que racial, por mais confusa que esta diferenciação possa parecer, mesmo para a sociologia.
O Restaurante e os gramados:
Não sei bem dizer ainda o que estas diferenças significam, além de que, sendo uma universidade relativamente mais recente, deve carregar elementos distintos também na sua estrutura e organização social e cultural interna - seja em relação a professores ou alunos. A princípio, parece que as diversas manisfestações estudantis também têm uma forma particular em Nanterre, que foi o palco inicial da famosa Revolução dos Estudantes de 68. Nesse sentido, também diferente do que pude ver em outras universidades, os murais de Nanterre mostram bem porque ela tem a fama de abrigar os "esqueristas" (gauchistes, como ouvi dizerem por aqui). Não são raras as "greves" em que os estudantes fecham as portas da universidade, impedindo todas as atividades.
Os muros de Nanterre:
(Esse cartaz no meio não é um erro. Realmente estava lá!)
Por incrível que pareça, esta é uma prática comum da qual muitos estudantes estrangeiros são vítimas e que dificilmente pode-se dizer não má-intencionada. Ao fazer meu visto, encontrei estudantes brasileiros que haviam passado por esta situação. O funcionário da universidade lhe pede o visto (e é difícil acreditar que este não saiba que isto não é necessário) e, ao ir à prefeitura, o funcionário da prefeitura lhe pede a matrícula. O estudante fica zanzando, indo e voltando várias vezes de um órgão a outro antes de que possa ser aceito legamente no país, como se isso o fizesse querer voltar...
Hoje, não pude comprar um celular pois ainda não tenho o visto. E o funcionário ainda me disse que o passaporte também não é válido. Como conheço algumas pessoas que já compraram telefones , mesmo sem o visto, e o cara estava fechado para o diálogo, fiquei pensando comigo: será que foi porque ele viu que sou brasileiro ou foi pela minha cara de árabe?
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